Contribuições a uma teoria da democracia digital como suporte à formulação de políticas públicas
DOI:
https://doi.org/10.52712/issn.1850-0013-836Palavras-chave:
consultas públicas online, democracia digital, políticas públicas de ciência e tecnologiaResumo
No âmbito do governo federal brasileiro, as consultas públicas online têm ganhado espaço como meio de formulação compartilhada de políticas públicas de diversos setores de governo, especialmente ciência e tecnologia. Mas, a despeito da rápida multiplicação desses instrumentos de participação política nos últimos anos, podem existir resistências ao seu avanço. Daí ser conveniente clarear o terreno em que se pode defender o fortalecimento dos meios participativos eletrônicos no contexto latino-americano. Este artigo propõe contribuições a uma teoria da democracia digital que fundamente esforços de desenvolvimento da área. O enfoque se dá sobre a concepção política da justiça segundo Rawls e a ética do discurso de Habermas, que podem sustentar a noção de que indivíduos e setores devem, em sociedades democrático-liberais, agir cooperativamente para fazer valer sua liberdade política em acordos sobre diretrizes e prioridades das formas de promoção de justiça e de redução de desigualdades.
Downloads
Referências
ARAÚJO, C. (2002): "Legitimidade, justiça e democracia: o novo contratualismo de Rawls", Lua Nova, n. 57, pp. 73-86.
BAKER, C. E. (2008): "Rawls, equality, and democracy", Philosophy & Social Criticism, vol. 34, n. 3, pp. 203-246.
BENKLER, Y. (2006): The wealth of networks: how social production transforms markets and freedom, New Haven e Londres, Yale University Press.
COLEMAN, J. S. (1998): "Social capital in the creation of human capital", The American Journal of Sociology, vol. 94, Supplement: Organizations and institutions: sociological and economic approaches to the analysis of social structure, pp. S95-S120.
COLEMAN, S. (2002): Hearing voices: the experience of online public consultations and discussions in UK governance, Londres, Hansard Society.
COLEMAN, S. (2004): "Connecting parliament to the public via the internet: two case studies of online consultations", Information, Communication & Society, v. 7, n° 1, pp. 1-22.
COLEMAN, S. e J. GØTZE (2002): Bowling together: online public engagement in public deliberation, Londres, Hansard Society.
DAHLBERG, L. (2001a): "Democracy via Cyberspace: Mapping the Rhetorics and Practices of Three Prominent Camps", New Media & Society, v. 3, n. 2, pp. 157-177.
DAHLBERG, L. (2001b): "The internet and democratic discourse: exploring the prospects of online deliberative forums extending the public sphere", Information, Communication & Society, v. 4, n° 4, pp. 615-633.
EISENBERG, J. e M. CEPIK (org.) (2002): Internet e política: teoria e prática da democracia eletrônica, Belo Horizonte, Editora UFMG.
GIMMLER, A. (2001): "Deliberative democracy, the public sphere and the internet", Philosophy & Social Criticism, v. 27, n. 4, pp. 21-39.
GOMES, W. (2005): “A democracia digital e o problema da participação civil na decisão política”, Fronteiras - Estudos Midiáticos, v. 7, n° 3, pp. 214-222.
HABERMAS, J. (1989): Consciência moral e agir comunicativo, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro.
HABERMAS, J. (1995): “Três modelos normativos de democracia”, Lua Nova, n. 36, pp. 39-53.
LAFONT, C. (2003): “Procedural justice?: Implications of the Rawls-Habermas debate for discourse ethics”, Philosophy & Social Criticism, v. 29, n. 2, pp. 163-181.
LÜCHMANN, L. H. H. (2007): “A representação no interior das experiências de participação”, Lua Nova, vol. 70, pp. 139-170.
MARQUES, F. P. J. A. (2006): “Debates políticos na internet: a perspectiva da conversação civil”, Opinião Pública, v. 12, n° 1, pp. 164-187.
OCDE (2003): Promise and problems of e-democracy: challenges of online citizen engagement, Paris, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
POLAT, R. K. (2005): “The internet and political participation: exploring the explanatory links”, European Journal of Communication, v. 20, n. 4, pp. 435-459.
PUTNAM, R. D. (1995): “Tuning in, tuning out: the strange disappearance of social capital in América”, PS: Political Science and Politics, v. 28, n. 4, pp. 644-83.
PUTNAM, R. D. (1999): Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna, São Paulo, FVG.
RAWLS, J. (2000): Justiça e democracia, São Paulo, Martins Fontes.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (2003): Governo eletrônico: princípios e diretrizes, Brasília, DF, disponível em: https://www.governoeletronico. gov.br/o-gov.br/principios. Acesso em: 4 nov. 2008.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (2006): Consulta pública do Sistema Único de Saúde: Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde, Brasília, DF, disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/consulta publica/display/dsp_print_completo.php?d=1388. Acesso em: 4 nov. 2008.
ROTHBERG, D. (2005): “Mito, teorias da notícia e jornalismo sobre ciência”, Comunicação e Espaço Público (UnB), v. 5, pp. 71-84.
ROTHBERG, D. (2008): “Por uma agenda de pesquisa em democracia eletrônica”, Opinião Pública (Unicamp), v. 14, n. 1, pp. 149-172.
SILVEIRA, D. C. (2007): “Teoria da justiça de John Rawls: entre o liberalismo e o comunitarismo”, Trans/Form/Ação, v. 30, n. 1, pp. 169-190.
SOUSA, C. M., T. SILVEIRA e N. PERIÇO (2002): A comunicação pública da ciência, Taubaté, SP, Cabral.
UNITED KINGDOM. HOUSE OF COMMONS INFORMATION SELECT COMMITTEE (2002): Digital technology: working for parliament and the public, Londres.
VITA, Á. de (1999): “Uma concepção liberal-igualitária de justiça distributiva”, Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 14, n. 39, pp. 41-59.
WRIGHT, S. e J. STREET (2007): “Democracy, deliberation and design: the case of online discussion forums”, New Media & Society, v. 9, n. 5, pp. 849-869.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 CC Attribution 4.0

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todas os números de CTS e seus artigos individuais estão sob uma licença CC-BY.
Desde 2007, a CTS proporciona acesso livre, aberto e gratuito a todos seus conteúdos, incluídos o arquivo completo da edição quadrimestral e os diversos produtos apresentados na plataforma eletrônica. Esta decisão é baseada no entendimento de que fornecer acesso livre aos materiais publicados ajuda a ter uma maior e melhor troca de conhecimentos.
Por sua vez, em se tratando da edição quadrimestral, a revista permite aos repositórios institucionais e temáticos, bem como aos sites pessoais, o autoarquivo dos artigos na versão post-print ou versão editorial, logo após da publicação da versão definitiva de cada número e sob a condição de incorporar ao autoarquivo um link direcionado à fonte original.