Os ambientes da inovação
DOI:
https://doi.org/10.52712/issn.1850-0013-1077Resumo
No Instituto de Ciência e Tecnologia Nucleares de Havana, por ocasião de um seminário sobre gestão da ciência realizado em 1999, foi apresentada a história de um fracasso científico. Tratava-se de feijões — como se sabe, a leguminosa estrela da culinária cubana. O problema com os feijões era que a variedade mais difundida e socialmente aceita estava sofrendo uma queda acentuada na produção devido a uma praga que afetava as plantações. Os brilhantes biotecnólogos cubanos se dedicaram à tarefa e, em pouco tempo, desenvolveram uma nova variedade, idêntica à tradicional em todos os parâmetros relevantes (cor, tamanho, textura etc.), mas imune à praga. Comercializaram o produto com justificado otimismo. No entanto, os feijões modificados foram um fracasso em termos de aceitação social. As pessoas diziam que “não tinham o mesmo gosto”. Os cientistas haviam feito todos os testes técnicos possíveis, controlado todas as variáveis cientificamente relevantes, mas esqueceram-se do mais óbvio: oferecê-los para degustação aos cubanos comuns. A recepção social, com todas as suas subjetividades e idiossincrasias, é o árbitro final da inovação. A história dos feijões cubanos é uma excelente parábola sobre as limitações da forma habitual de entender a inovação.
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