#PraCegoVer: uma discussão da inclusão digital e social sob a ótica da pesquisa transformativa do consumidor

Autores

  • Mikaela Daiane Prestes Floriano Universidade Federal do Pampa
  • Paulo Vanderlei Cassanego Junior Universidade Federal do Pampa
  • Andressa Hennig Silva Universidade Federal do Pampa

Palavras-chave:

redes sociais, #PraCegoVer, acessibilidade, pesquisa

Resumo

As redes sociais alteraram a comunicação e a disseminação de informações na sociedade. Entre os instrumentos facilitadores dessas plataformas, a hashtag tem se tornado um elo entre diferentes temáticas e indivíduos. O emprego dessa expressão tem sido percebido em diferentes contextos, sendo recentemente aplicado a campanhas sociais. Logo, este estudo buscou investigar como o emprego da #PraCegoVer tem contribuído para a inclusão de deficientes visuais nas mídias sociais digitais. Para tanto, realizou-se um estudo qualitativo, tendo como metodologia a web content analysis. Com base nos achados, verificou-se a percepção dos seguidores sobre o uso da hashtag, evidenciando-se também a maneira como esta tem ocasionado discussões acerca da acessibilidade e deficiência visual. Referente a relação com a transformative consumer research (TCR), a campanha mostrou-se como possível manifestação para a melhoria da qualidade de vida de determinada população e servindo de modelo para uma das diretrizes dessa vertente de estudo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mikaela Daiane Prestes Floriano, Universidade Federal do Pampa

Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Redes (NERds), mestranda em administração, Universidade Federal do Pampa, Brasil.

Paulo Vanderlei Cassanego Junior, Universidade Federal do Pampa

Pesquisador do Núcleo de Estudos em Redes (NERds), doutor em administração, Universidade de São Paulo, Brasil. Professor adjunto da Universidade Federal do Pampa e do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Pampa.

Andressa Hennig Silva, Universidade Federal do Pampa

Investigadora, doutora em administração, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil. Professora adjunta da Universidade Federal do Pampa e do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Pampa.

Referências

ALVES, F. G., COSTA, H. S. e PERINOTTO, A. R. C. (2017): “Instagram como ferramenta para fidelização de clientes: Fotografia, Redes Sociais e Turismo”, Marketing & Tourism Review, vol. 2, n° 2, pp. 1-21.

AMIRALIAN, M. L. T. et al. (2000): “Conceituando deficiência”, Revista de Saúde Pública, vol. 34, p. 97-103.

BABONI, R. (2016): Entre experiências e diferenças nas mídias digitais: modos de uso e desejos-hashtag na #seráqueéracismo, dissertação (mestrado), Universidade Federal de São Carlos.

BARROS, D. M. V. et al. (2011): Educação e tecnologias: reflexão, inovação e práticas, Lisboa, Edição dos Autores.

BOYD, D. (2010): “Social network sites as networked publics: Affordances, dynamics, and implications”, A networked self, Routledge, pp. 47-66.

BRADY, E. L. et al. (2013): “Investigating the appropriateness of social network question asking as a resource for blind users”, Proceedings of the 2013 conference on Computer supported cooperative work, ACM, pp. 1225-1236.

BRAGA, L. M. e SANTOS, F. C. (2016): “Descasque e Veja! A Campanha #somostodosmacacos e o Racismo”, Anagrama, vol. 10, n° 1, pp. 1-14.

CAMPÊLO, R. A. et al. (2011): “Inclusão digital de deficientes visuais: O uso da tecnologia assistiva em redes sociais online e celulares”, Anais do Computer on the Beach, pp. 109-118.

CARVALHO, W. J. R., LEÃO, B. A. e PALMEIRA, C. T. (2017): “Locução e audiodescrição nos estudos de tradução audiovisual”, Trabalhos em Linguística Aplicada, vol. 56, n° 2, pp. 359-378.

CARVALHO-FREITAS, M. N. (2009): “Inserção e gestão do trabalho de pessoas com deficiência: um estudo de caso”, RAC-Revista de Administração Contemporânea, vol. 13, pp. 121-138.

CIRIBELI, J. P. e PAIVA, V. H. P. (2011): “Redes e mídias sociais na internet: realidades e perspectivas de um mundo conectado”, Revista Mediação, vol. 13, n° 12, pp. 57-74.

COELHO, P. F. C. (2015): “A Pesquisa transformativa do consumidor: reflexões e diretrizes para pesquisadores brasileiros”, Revista Economia & Gestão, vol. 15, n° 40, pp. 4-27.

COELHO, P. F. C., ORSINI, A. C. R. e ABREU, N. R. (2016): “Os encontros de serviço de deficientes visuais em Instituições de Ensino Superior”, Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, vol. 10, n° 2, pp. 65-79.

COELHO, P. F. da C. e ABREU, N. R. (2017): “As Consequências das Falhas nos Encontros de Serviço em Shopping Centers: Um Estudo com Consumidores Deficientes Visuais”, Revista Brasileira de Marketing, vol. 16, n° 2, pp. 230-242.

COSTA, F. C. X. e LESNOVSKI, M. M. (2017): “#dieta: Uma exploração sobre o uso do Instagram como reforço à perda de peso sob a perspectiva de estudos do consumo”, XL Encontro Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Costa do Sauipe.

CRESWELL, J. W. (2014): “Research design: Qualitative, quantitative, and mixed methods approaches”, Sage publications.

CROCKETT, D., DOWNEY, H., FIRAT, A., OZANNE, J. e PETTIGREW, S. (2013): “Conceptualizing a transformative research agenda”, Journal of Business Research, vol. 66, n° 8, pp. 1171-1178.

FAÇANHA, A. R. et al. (2012): “LêbrailleTWT: providing visual accessibility to twitter on touchscreen devices”, Proceedings of the 18th Brazilian symposium on Multimedia and the web, ACM, pp. 313-320.

FARIA, M. D., SIQUEIRA, R. P. e CARVALHO, J. L. F. (2013): “Diversidade no varejo: impactos de acessibilidade e inclusão na intenção de compra”, Revista Brasileira de Marketing, vol. 12, n° 3, pp. 231–259.

FINKELSTEIN, V. (1980): “Attitudes and disabled people: Issues for discussion”, World Rehabilitation Fund, Inc.

FRAGOSO, S., RECUERO, R. e AMARAL, A. (2011): Métodos de pesquisa para internet, Porto Alegre, Sulina.

FREITAS NETO, A. S. (2003): “Mudanças Curriculares Históricas:(In) Formação de Deficientes Visuais como Usuários de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação”, Informação e Comunicação. Disponível em: http://www.cinform.ufba.br/v_anais/artigos/alberico.htm. Consultado em 10/01/2019.

FURINI, L. e LIMA, C. (2017): “Fora de Contexto: hipóteses sobre o uso de hashtags populares”, Vozes e Diálogo, vol. 16, n° 2, pp. 48-55.

HAZARD, D., GALVÃO FILHO, T. A. e REZENDE, A. L. A. (2007): Inclusão digital e social de pessoas com deficiência: textos de referência para monitores de telecentros, Brasília, UNESCO, p. 73.

HERRING, S. C. (2009): “Web content analysis: Expanding the paradigm”, International handbook of Internet research, Dordrecht, Springer, pp. 233-249.

HOFFMANN, C. P., LUTZ, C. e MECKEL, M. (2014): “Impact factor 2.0: Applying social network analysis to scientific impact assessment”, System Sciences (HICSS), 2014 47th Hawaii International Conference on, IEEE, pp. 1576-1585.

IBGE (2010): Censo Demográfico 2010. Disponível em:http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=2170. Consultado em 12/03/2019.

JÚNIOR, N. A. F. et al. (2018): “Produção Científica Sobre Redes Sociais Virtuais: Uma Análise Bibliométrica nos Eventos da ANPAD no Período de 2005 a 2015”, Multi-Science Journal, vol. 1, n° 9, pp. 16-24.

KOZINETS, R., BELZ, F. e MCDONAGH, P. (2012): “Social media for social change: a transformative consumer research perspective”, em D. Mick et al. (eds.): Transformative Consumer Research for personal and collective wellbeing: reviews and frontiers, Nova York, Taylor and Francis.

LAPLANE, A. L. F. e BATISTA, C. G. (2008): “Ver, não ver e aprender: a participação de crianças com baixa visão e cegueira na escola”, Cadernos Cedes, vol. 28, n° 75, pp. 209-227.

MACHADO, J. A. S. (2007): “Ativismo em rede e conexões identitárias: novas perspectivas para os movimentos sociais”, Sociologias, vol. 9, n° 18, pp. 248-285.

MAIA, L. et al. (2010): “Um modelo para o Desenvolvimento de Aplicações Web Acessíveis”, Proceedings of WebMedia 2010, October, 5 to 8 of 2010, pp. 235-242.

MAREK, N. E. (2015): “Tourism in crisis: A qualitative content analysis of SeaWorld's Twitter response to backlash”, Master’s Theses and Doctoral Dissertations.

MICHIKYAN, M., DENNIS, J. e SUBRAHMANYAM, K. (2015): “Can you guess who I am? Real, ideal, and false self-presentation on Facebook among emerging adults”, Emerging Adulthood, vol. 3, n° 1, pp. 55-64.

MICK, D., PETTIGREW, S., PECHMANN, C. e OZANNE, J. (2012): Transformative consumer research for personal and collective well-being: for personal and collective well-being, Nova York, Routledge.

MIR, A. A. (2014): “Effects of pre-purchase search motivation on user attitudes toward online social network advertising: A case of university students”, Journal of Competitiveness, vol. 6, n° 2, pp. 42-55.

MORAES, G., CAPPELLOZZA, A. e MEIRELLES, F, S. (2014): “#VEMPRARUA: A Tecnologia da Informação e as Manifestações Sociais: Um Estudo da Utilização das Redes Sociais para Participação nos Protestos”, Encontros da Anpad, Rio de Janeiro.

MOURA, K. F. e MANDAJI, C. F. S. (2014): “A relação das hashtags com as palavras de ordem presentes nas Manifestações Brasileiras de 2013”, XV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul, Palhoça, INTERCOM.

NÓBREGA, I. O. E. e MANINI, M. P. (2016): “#Impeachment ou #naovaitergolpe: uma análise sobre a folksonomia na indexação de imagens fotográficas em redes sociais da web 2.0”, Biblionline, vol. 12, n° 4, pp. 73-84.

OLIVEIRA, G. F. (2016): Levando os direitos das pessoas com deficiência a sério: um olhar sobre a acessibilidade nos portais do poder legislativo brasileiro, dissertação (mestrado), Universidade Federal de Santa Maria.

OLLIER-MALATERRE, A., ROTHBARD, N. P. e BERG, J. M. (2013): “When worlds collide in cyberspace: How boundary work in online social networks impacts professional relationships”, Academy of Management Review, vol. 38, n° 4, pp. 645-669.

OZANNE, J. L. et al. (2015): “Transformative consumer research”, Wiley Encyclopedia of Management, pp. 1–4.

OZANNE, J. L. e ANDERSON, L. (2010): “Community action research”, Journal of Public Policy & Marketing, vol. 29, n° 1, pp. 123-137.

PAMPD (1982): Programa de Ação Mundial para os Portadores de Deficiência, Organização das Nações Unidas (ONU).

PINTO, M, R. et al. (2016): “Transformative consumer research (TCR): Reflexões, diretrizes e uma análise do campo no Brasil”, Revista Interdisciplinar de Marketing, vol. 6, n° 2, pp. 54-66.

RECUERO, R. (2016): “O twitter como esfera pública: como foram descritos os candidatos durante os debates presidenciais do 2º turno de 2014?”, Revista Brasileira de Linguística Aplicada, vol. 16, n° 1, pp. 157-180.

RECUERO, R. e SOARES, P. (2013): “Violência simbólica e redes sociais no facebook: o caso da fanpage ‘Diva Depressão’”, Galaxia, n° 26, pp. 239-254.

REZENDE, N. e NICOLAU, M. (2014): “Hashtags na publicidade: a relação do #Vemprarua #Ogiganteacordou com as manifestações de junho/julho no Brasil”, Temática, vol. 10, n° 5, pp. 219-227.

ROCHA, J. A. P. e DUARTE, A. B. S. (2013): “O comportamento de usuários cegos durante o acesso mediado por leitores de tela: Um estudo sob o enfoque da cognição situada”, Perspectivas em Gestão & Conhecimento, vol. 3, n° 3, pp. 173-196.

ROMEIRO, N. e SILVA, F. C. G. (2018): “A Folksonomia das hashtags como instrumento de militância contra o assédio sexual no Facebook: Avaliação da hashtag #mexeucomumamexeucomtodas”, Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, vol. 14, n° 2, pp. 215-232.

SAMPIERI, R. H., COLLADO, C. F. e LUCIO, M. (2013): Metodologia de pesquisa, Porto Alegre, Penso.

SANTINI, R. M., TERRA, C. e ALMEIDA, A. R. D. (2016): “Feminismo 2.0: A Mobilização Das Mulheres No Brasil Contra O Assédio Sexual Através Das Mídias Sociais (# primeiroassedio)”, P2P E INOVAÇÃO, vol. 3, n° 1, pp. 148-164.

SOARES, F. B. e RECUERO, R. (2017): “Opinião Pública No Twitter: Análise Da Indicação De Alexandre De Moraes Ao STF”, Logeion: Filosofia da Informação, vol. 3, n° 2, pp. 18-37.

SOUSA, B. P. e SILVA, F. P. (2015): “Linguagem Natural no Twitter e Linguagem Documentária em Tesauros: da hashtag #NãoMereçoSerEstuprada ao descritor estupro”, InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, Ribeirão Preto, vol 6, n° 2, pp. 20-43.

SOUZA JÚNIOR, A. A. e MORAES, A. F.M. (2013): “A cidade sob a ótica de quem vive na escuridão”, Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, vol. 7, n° 3, pp. 156-172.

WARSCHAUER, M. (2006): Tecnologia e Inclusão Social: a exclusão digital em debate. São Paulo, Senac.

WEINBERG, B. D. e PEHLIVAN, E. (2011): “Social spending: Managing the social media mix”, Business horizons, vol. 54, n° 3, pp. 275-282.

Downloads

Publicado

2020-10-27

Como Citar

Floriano, M. D. P., Cassanego Junior, P. V., & Silva, A. H. (2020). #PraCegoVer: uma discussão da inclusão digital e social sob a ótica da pesquisa transformativa do consumidor. Revista Iberoamericana De Ciencia, Tecnología Y Sociedad - CTS, 15(45). Recuperado de https://ojs.revistacts.net/index.php/CTS/article/view/180

Edição

Seção

Artigos