A participação das mulheres nas universidades e nos institutos federais do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.52712/issn.1850-0013-402Palavras-chave:
educação superior, mulheres, Brasil, segregação vertical, segregação horizontalResumo
Este artigo analisa o lugar que as mulheres ocupam na educação superior brasileira, especificamente nas universidades e nos institutos federais do país. Assim, oferece uma radiografia da situação das docentes e estudantes, utilizando uma metodologia qualitativa. Para produzir os indicadores de gênero e ciência, foi necessário um exaustivo trabalho de solicitação de dados e, diante da falta de informações disponíveis, foi preciso solicitar dados a todas as universidades federais e institutos federais do Brasil. Os resultados da pesquisa revelam a existência de segregação horizontal, em virtude da qual as mulheres se concentram em determinadas áreas do conhecimento, e de segregação vertical, que as condena às posições mais baixas na carreira acadêmica. Especificamente nos institutos federais, a segregação é ainda maior, principalmente entre docentes. No entanto, é importante destacar que a presença das mulheres nas áreas consideradas masculinas tende a crescer entre docentes quando comparada com as estudantes de graduação. Compreender como se produz o acesso e a participação das mulheres na ciência e tecnologia contribui para a reflexão sobre a situação delas e também com possíveis planejamentos de ações necessárias para abordar as desigualdades de gênero na ciência brasileira.
Downloads
Referências
Aquino, E. M. L. (2006). Gênero e Ciência no Brasil: contribuições para pensar a ação política na busca da equidade. Pensando gênero e ciência. Encontro Nacional de Núcleos e Grupos de Pesquisas (2005-2006) (11-24). Brasília. Secretaria Especial de Política para Mulheres.
Artes, A. (2017). A presença de mulheres no ensino superior brasileiro: uma maioria sem prestígio. Seminário Internacional Fazendo Gênero (1–12). Florianópolis: Seminário Internacional Fazendo Gênero. Recuperado de: http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1496748817_ARQUIVO_fazendogenero_final.pdf.
Barreto, A. (2014). Mulher no ensino superior: distribuição e representatividade. Cadernos do GEA, 1(6). Recuperado de: http://flacso.org.br/files/2016/04/caderno_gea_n6_digitalfinal.pdf.
Beltrão, K. I. & Alves, J. E. D. (2009). A reversão do hiato de gênero na educação brasileira no século XX. Cadernos de Pesquisa, 39(136), 125–156. DOI: https://doi.org/10.1590/s0100-15742009000100007.
Bornmann, L., Mutz, R. & Daniel, H. D. (2007). Gender differences in grant peer review: a meta-analysis. Journal of Informetrics, 3(1), 226-238. Recuperado de: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1751157707000363.
Cardoso, Y. C. M., Da Costa, T. G. & De Resende, E. C. (2020). Reflexões sobre a presença feminina nos cursos superiores do IFNG- Campus Bambuí: em especial na engenharia de computação. Feminismos, 8(1), 13-24. Recuperado de: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/42014.
De Freitas, L. B. & Da Luz, N. S. (2017). Gênero, Ciência e Tecnologia: estado da arte a partir de periódicos de gênero. Cadernos Pagu, nº 49. Recuperado de: https://www.scielo.br/pdf/cpa/n49/1809-4449-cpa-18094449201700490008.pdf.
Dias, M. S. de L. (2016). A escolha feminina na área das profissões tecnológicas: impactos na subjetividade. Cadernos de Gênero e Tecnologia, 9(33), 3-21. Recuperado de: https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/6191.
European Commission (2009). Statistics and Indicators on Gender Equality in Science.
Grossi, M. G. R., Borja, S. D. B., Lopes, A. M. & Andalécio, A. M. L. (2016). As mulheres praticando ciência no Brasil. Estudos Feministas, 24(1), 11–30. DOI: 10.1590/1805-9584-2016v24n1p11.
Hahner, J. E. (2011). Escolas mistas, escolas normais:a coeducação e a feminização do magistério no século XIX. Estudos Feministas, 19(2), 467–474. Recuperado de: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2011000200010.
Leta, J. (2003). As mulheres na ciência brasileira: crescimento, contrastes e um perfil de sucesso. Estudos avançados, 17(49), 1-14. Recuperado de: https://www.scielo.br/j/ea/a/F8MbrypqGsJxTzs6msYFp9m/?lang=pt.
Leta, J. (2014). Mulheres na ciência brasileira: desempenho inferior? Feminismos, 2(21), 139-152. Recuperado de: https://portalseer.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30039/17771.
Leta, L. & Olinto, G. (2014). Gênero, geração e tarefas acadêmicas. Investigando os docentes-pesquisadores dos programas de pós-graduação brasileiros. Encontro Brasileiro de Biometria e Cientometría, 4(1). Recuperado de: https://brapci.inf.br/index.php/res/download/55675.
Lima, B. S. (2013). O labirinto de cristal: as trajetórias das cientistas na Física. Estudos Feministas, 21(3), 883-903. Recuperado de: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2013000300007/26502.
Lima, B. S. & Da Costa, M. C. (2016). Gênero, ciências e tecnologias: caminhos percorridos e novos desafios. Cadernos Pagu, (48). Recuperado de: https://www.scielo.br/j/cpa/a/ZmWr68DQZSFH3wp9MWSB79t/?format=pdf&lang=pt.
Lopes, M. M. (2002). As grandes ausentes das inovações em Ciência e tecnologia. Cadernos Pagu, (19), 315–318. Recuperado de: https://www.scielo.br/j/cpa/a/vNwcpzRfn6DZhB65dHgdcqh/?format=pdf&lang=pt.
Minella, L. S. (2017). Medicina e feminização em universidades brasileiras: O gênero nas interseções. Estudos Feministas, 25(3), 1111–1128. DOI: 10.1590/1806-9584.2017v25n3p1111.
Ministério da Educação (2022). Expansão da rede federal. Recuperado de: http://portal.mec.gov.br/setec-programas-e-acoes/expansao-da-rede-federal.
Montes López, E. (2012). Desarrollo de la carrera académica y género: Las explicaciones que el profesorado universitario da a la desigual posición de la mujer en la Universidad de Salamanca [Tesis doctoral]. Salamanca: Universidad de Salamanca.
Moschkovich, M. & Almeida, A. M. F. (2015). Desigualdades de gênero na carreira acadêmica no Brasil. Dados - Revista de Ciências Sociais, 58(3), 749-789. Recuperado de: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582015000300749.
Mourão, L. & Barros, S. C. da V. (2018). Panorama da articipação feminina na educação superior, no mercado de trabalho e na sociedade. Psicologia & Sociedade, 30, 1–11. DOI: 10.1590/1807-0310/2018v30174090.
Narvaz, M. G. & Koller, S. H. (2006). Metodologias feministas e estudos de gênero: Articulando pesquisa, clínica e política. Psicologia em Estudo, 11(3), 647–654. DOI: 10.1590/S1413-73722006000300021.
Olinto, G. (2011). A inclusão das mulheres nas carreiras de ciência e tecnologia no Brasil. Inclusão Social, 5(1), 68-77. Recuperado de: http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1667.
Pérez Sedeño, E. (2018). Conocimiento y educación superior desde la perspectiva de género: sociología, políticas públicas y epistemología. Revista de Estudios de la Ciencia y la Tecnología, 7(1), 121-141. Recuperado de: https://revistas.usal.es/index.php/artefactos/article/view/art201871121142.
Ricoldi, A. & Artes, A. (2016). Mulheres no ensino superior brasileiro: espaço garantido e novos desafíos. Ex aequo, (33), 149-161. Recuperado de: https://www.researchgate.net/profile/Arlene-Ricoldi/publication/307956113_MULHERES_NO_ENSINO_SUPERIOR_BRASILEIRO_ESPACO_GARANTIDO_E_NOVOS_DESAFIOS_Arlene_Ricoldi_e_Amelia_Artes/links/57d313d208ae601b39a4255c/MULHERES-NO-ENSINO-SUPERIOR-BRASILEIRO-ESPACO-GARANTIDO-E-NOVOS-DESAFIOS-Arlene-Ricoldi-e-Amelia-Artes.pdf.
Silveira, C., Ferreira, G. & Souza, A. A. (2020). Reflexões sobre a presença feminina nos cursos superiores do IFMG- campus Bambuí: em espacial na engenharia da computação. Feminismos, 8(1), 13-24. Recuperado de: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/42014.
Soares, T. A. (2001). Mulheres em ciência e tecnologia: ascensão limitada. Química Nova, 24(2), 281–285. Recuperado de: https://www.scielo.br/j/qn/a/nj3qnfJ8FNr79n9ZdncrVwF/?lang=pt.
Tabak, F. (2006). Sobre avanços e obstáculos. Pensando gênero e ciência. Encontro Nacional de Núcleos e Grupos de Pesquisas (2005-2006) (11-24). Brasília: Secretaria Especial de política para mulheres. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/263278824_Genero_e_ciencia_no_Brasil_contribuicoes_para_pensar_a_acao_politica_na_busca_da_equidade.
Taborda, L. D. R. & Engerroff, A. M. B. (2017). Mapeando O Lugar Da Mulher Docente Na Universidade Federal De Santa Catarina. Revista Sociais e Humanas, 30(2), 55–69. DOI: 10.5902/2317175827596.
Rago, L. M. (2019). Epistemologia feminista, gênero e história. En H. B. de Holanda (Coord.): Pensamento Feminista Brasileiro: formação e contexto (371-387). Rio de Janeiro: Bazar do Tempo.
Santos, E. F., Santos, I. F. & Nery, M. A. A. M. (2020). Relações de gênero e educação profissional: a presença das mulheres. Educação: Teoria e Prática, 30(63), 1-17. Recuperado de: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/educacao/article/view/13561/11769.
Torres González, O. (2012). Science and gender indicators: a critical review. International Journal of Gender, Science and Technology, 4(1), 24-47. Recuperado de: http://genderandset.open.ac.uk/index.php/genderandset/article/viewFile/180/396.
Torres González, O. & Pau, B. (2011). ‘Techo de cristal’ y ‘suelo pegajoso’. La situación de la mujer en los sistemas alemán y español de ciencia y tecnología. Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad -CTS, 6(18), 35-59. Recuperado de: http://www.revistacts.net/contenido/numero-18/techo-de-cristal-y-suelo-pegajoso-la-situacion-de-la-mujer-en-los-sistemas-aleman-y-espanol-de-ciencia-y-tecnologia/.
UNESCO Brasil (2018). Decifrar o codigo: educação de meninas e mulheres em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Brasília: UNESCO. Recuperado de: https://ead2.iff.edu.br/pluginfile.php/138994/mod_resource/content/1/Decifrar%20o%20CODIGO.pdf.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 CC Attribution 4.0
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todas os números de CTS e seus artigos individuais estão sob uma licença CC-BY.
Desde 2007, a CTS proporciona acesso livre, aberto e gratuito a todos seus conteúdos, incluídos o arquivo completo da edição quadrimestral e os diversos produtos apresentados na plataforma eletrônica. Esta decisão é baseada no entendimento de que fornecer acesso livre aos materiais publicados ajuda a ter uma maior e melhor troca de conhecimentos.
Por sua vez, em se tratando da edição quadrimestral, a revista permite aos repositórios institucionais e temáticos, bem como aos sites pessoais, o autoarquivo dos artigos na versão post-print ou versão editorial, logo após da publicação da versão definitiva de cada número e sob a condição de incorporar ao autoarquivo um link direcionado à fonte original.