Fóruns de Negociações Simulados no Ensino de Engenharia
Análise de uma Estratégia Didática
DOI:
https://doi.org/10.52712/issn.1850-0013-457Palavras-chave:
Fórum De Negociação Simulado, ciência, tecnologia e sociedade (CTS), ensino de engenhariaResumo
Este artigo apresenta a análise de uma estratégia didática denominada Fórum de Negociação Simulado, que foi desenvolvida junto a uma turma de engenharia de uma instituição privada do interior do Estado de São Paulo. A análise foi realizada à luz de autores do campo de estudos CTS (ciência, tecnologia e sociedade) e das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de engenharia. Os resultados indicam que os fóruns de negociações simulados são reconhecidos pelos estudantes como uma importante estratégia para a formação profissional. Destaque foi dado à interdisciplinaridade, pelo cruzamento de conhecimentos específicos de engenharia com outros aspectos, por exemplo, sociais, culturais e políticos. Além disso, foram valorizadas habilidades em construir e expor argumentos em defesa das ideias de determinado ator, representado pelo estudante no debate gerado. A oportunidade de ouvir ideias divergentes também foi considerada importante para a melhoria do processo de tomada de decisão em torno de um projeto tecnológico, cujos temas definidos para os fóruns foram caracterizados por controvérsias sociotécnicas.
Downloads
Referências
BARBOSA, L. G. D. e LIMA, M. E. C. C. (2009): “A abordagem de temas controversos no ensino de ciências: enfoques das pesquisas brasileiras nos últimos anos”, VII Encontro Nacional de Pesquisas em Ensino de Ciências. Anais... Florianópolis: ABRAPEC.
BAZZO, W. A. (2010): Ciência, tecnologia e sociedade e o contexto da educação tecnológica, Florianópolis, Ed. UFSC.
BAZZO, W. A., LINSINGEN, I. e PEREIRA, L. T. V. (2003): “Introdução aos estudos CTS”, Cadernos Ibero-América, OEI. Disponível em: <http://www.joinville.udesc.br/ portal/professores/kenia/materiais/Livro_CTS_OEI.pdf>. Acesso em 20/12/2013.
BECK, U. (1999): O que é globalização? Equívocos do globalismo: respostas à globalização, São Paulo, Paz e Terra, p. 282.
BECK, U. (2011): Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade, São Paulo, Editora 34, p. 384.
BENAKOUCHE, T. (2012): “Contribuições da teoria sociológica para o desenvolvimento dos estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade”, em M. T. M. Kerbauy, T. H. N. Andrade e C. R. M. Hayashi (orgs.): Ciência, Tecnologia e Sociedade no Brasil, Campinas-SP, Editora Alínea, pp. 13-26.
BIJKER, W. E., HUGHES, T. P. e PINCH, T. (1997): The Social Construction of Technological Systems, New Directions in the Sociology and History of Technology, Londres, MIT press.
BRASIL CNE/CES 11 (2002): Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia, Brasília, Ministério da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES112002.pdf. Acesso em 08/02/2014.
BRASIL IBGE (2013): Pesquisa de Inovação, Pintec. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.pintec.ibge.gov.br/ downloads/pintec2011%20publicacao%20completa.pdf. Acesso em: 20/04/2014.
BRASIL (2013): Microdados Censo da Educação Superior, Ministério da Educação - INEP. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/basica-levantamentos-acessar. Acesso em: 17/07/2015.
BUCCHI, M. (2004): “Tearing bicycles and missiles apart: the sociology of technology”, Science in society: an introduction to social studies of science, Londres, Routledge, pp. 82–88.
CALLON, M., LASCOUMES, P. e BARTHE, Y. (2009): “Hybrid Forums”, Acting in an uncertain world: an essay on technical democracy, MIT Press, pp. 14-36.
CASANOVA, P. G. (2006): As novas ciências e as humanidades: da academia à política, São Paulo, Boitempo.
CHINCHILLA, I. e MUNIESA, F. (2004): La controversia como herramienta proyectua, Madrid. Disponível em: http://habitat.aq.upm.es/boletin/n32/aichi01.html. Acesso em 07/11/2014.
FENWICK, T. e EDWARDS, R. (2012): Researching education through actor-network theory, John Wiley & Sons Ltd, pp. 9-21.
FENWICK, T. e EDWARDS, R. (2014): Networks of knowledge, matters of learning, and criticality in higher education. Higher Education, n° 67, pp. 35–50.
FROTA PESSOA JR, O. (2013): “Entrevista”, em L. Assad: “Controvérsias, debates, disputas e farsas: a ciência não é feita por deuses”, ComCiência: revista eletrônica de jornalismo científico, SBPC. Disponível em: http://www.comciencia.br/comciencia/? section=8&edicao=92&id=1136. Acesso em 07/11/2013.
GIDDENS, A. (1991): As consequências da modernidade, São Paulo, Unesp.
GIDDENS, A. (2008): Sociologia, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian.
GLOBO NEWS (2010): “Alimentos transgênicos criam polêmica sobre efeitos à saúde. Parte 1”, Cidades e Soluções, Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DREx7do3TRA. Acesso em: 10/02/2014.
GORDILLO, M. M. (2005): “Cultura científica y participación ciudadana: materiales para la educación CTS”, Revista iberoamericana de ciencia, tecnología y sociedad, vol. 2, n° 6. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?pid=S1850- 00132005000300007&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 07/11/2013.
HAYASHI, M. C. P. I., HAYASHI, C. R. M. e FURNIVAL, A. C. M. (2008): “Ciência, Tecnologia e Sociedade: apontamentos preliminares sobre a constituição do campo no Brasil”, bem C. M. Souza e M. C. P. I. Hayashi: Ciência, Tecnologia e Sociedade: Enfoques teóricos e aplicados, São Carlos, Pedro e João Editores, pp. 29–88.
JOHNSON, D. W. e JOHNSON, R. (1985): “Classroom conflict: controversy versus debate in learning groups”, American Educational Research Journal, vol. 22, n° 2, pp. 237-256.
JOLIVET, E. e HEISKANEN, E. (2010): “Blowing against the wind: an exploratory application of actor network theory to the analysis of local controversies and participation processes in wind energy”, Energy Policy, n° 38, pp. 6746–6754.
KUBRICK, S. (1968): 2001 – Uma odisseia no espaço. [Trechos do filme]. Dirigido e produzido por Stanley Kubrick, Estados Unidos. Disponíveis em: https://www.youtube.com/watch?v=gOmBcTNZyZI e https://www.youtube.com/ watch?v=AFAYNlrYgwg. Acesso em 10/02/2014.
MÉNDEZ, H. V. et al. (2010): “Posibilidades del enfoque CTS como eje articulador de la educación superior tecnológica y el entorno social en contextos locales”, Revista CS, n° 6, pp. 129–155. Disponível em: http://www.icesi.edu.co/revistas/index.php/ revista_cs/article/view/464. Acesso em: 20/01/2016.
NELKIN, D. (1995): “Science controversies: the dynamics of public disputes in the United States”, em S. Jasanoff, G. Markle, J. Petersen, T. Pinch (eds.): Handbook of science and technology studies, Thousand Oaks, Sage Publications, pp. 444-457.
OUDSHOORN, N. e PINCH, T. (2007): “User-technology relationships: some recent developments”, em E. Hackett, M. Amsterdamska, M. Lynch e J. Wajcman (eds.): The handbook of science and technology studies, Cambridge, MIT Press, pp. 541-566.
OLIVEIRA, V.F. et al. (2013): “Um estudo sobre a expansão da formação em engenharia no Brasil”, Revista de Ensino de Engenharia, vol. 32, n° 3.
RIGOLIN, C. C. D. (2012): DNA – A construção social da descoberta, Universidade Federal de São Carlos, PROEX. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v= zaSzjTkaM18. Acesso em: 10/02/2014.
SCHLIERF, K. (2010): “La enseñanza Ciencia, Tecnología Y Sociedad (CTS) en el entorno universitario politécnico: la metodología de la descripción de controversias en la escuela de Minas de París”, Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad, vol. 5, n° 15, pp. 73-93. Disponível em: http://www.revistacts.net/files/ volumen%205%20%20n%c3%bamero%2015/schlierf%281%29.pdf. Acesso em: 27/04/2015.
SCHREIBER, M. (2014): “Conheça as profissões “mais ameaçadas” pela tecnologia”, BBC Brasil. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140130 _profissoes_estudo_oxford_ppa_ms.shtml. Acesso em: 10/02/2014.
SCHWARTZMAN, S. (2014): “A educação superior e os desafios do século XXI: uma introdução”, A educação superior na América Latina e os desafios do século XXI, Campinas, Unicamp, pp. 15-46.
SILVA, L. F. e CARVALHO, L. M. (2007): “A temática ambiental e o processo educativo: o ensino de Física a partir de temas controversos”, Ciência & Ensino. vol. 1, n° especial. Disponível em: http://prc.ifsp.edu.br/ojs/index.php/cienciaeensino/ article/viewFile/152/105. Acesso em: 27/08/2015.
SISMONDO, S. (2010): An introduction to science and technology studies, Ed. John Wiley & Sons.
VERASZTO, E. V. (2009): Tecnologia e sociedade: relações de causalidade entre concepções e atitudes de graduandos do Estado de São Paulo, tese doutorado, PPGE, Faculdade de Educação, Universidade de Campinas, p. 289.
VERASZTO, E. V. et al. (2011): “Influência da sociedade no desenvolvimento tecnológico: um estudo das concepções de graduandos brasileiros do Estado de São Paulo”, Revista Iberoamericana de Ciencia, Tecnología y Sociedad, vol. 6, n° 17, pp. 179-211. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/pdf/cts/v6n17/v6n17a09.pdf. Acesso em: 05/10/2015.
VESSURI, H. M. C. (2002): “De la transferencia a la creatividad. Los papeles culturales de la ciencia en los países subdesarrollados”, Revista de la Universidad Bolivariana, vol. 1, n° 3. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id= 30510308. Acesso em: 03/07/2015.
VESSURI, H. M. C. (2015): “Global social science discourse: a Southern perspective on the world”, Current Sociology Monograph. vol. 63, n° 2, pp. 297–313.
YIN, R. K. (2001): Estudo de caso: planejamento e métodos, Porto Alegre, Bookman.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 CC Attribution 4.0
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Todas os números de CTS e seus artigos individuais estão sob uma licença CC-BY.
Desde 2007, a CTS proporciona acesso livre, aberto e gratuito a todos seus conteúdos, incluídos o arquivo completo da edição quadrimestral e os diversos produtos apresentados na plataforma eletrônica. Esta decisão é baseada no entendimento de que fornecer acesso livre aos materiais publicados ajuda a ter uma maior e melhor troca de conhecimentos.
Por sua vez, em se tratando da edição quadrimestral, a revista permite aos repositórios institucionais e temáticos, bem como aos sites pessoais, o autoarquivo dos artigos na versão post-print ou versão editorial, logo após da publicação da versão definitiva de cada número e sob a condição de incorporar ao autoarquivo um link direcionado à fonte original.